February 2010


Uncategorized27 Feb 2010 12:18 am

Amigos em Buenos Aires – Brothers in arms

We all suffer the same pain…we live, we learn…we go and we come back!

REFÉM DA GEOGRAFIA

(Luiz Felipe Oiticica e Daniel Oiticica)

vou cantar a teoria do refém da geografia

se já vou quero ficar

se me fui quero voltar

vou falar de uma saudadeque é saudade e uma paixao

ver o rio em rubro negro

a gritar é campeao!!!

vou cantar a poesia do refém da maresia

se nao venta que azar

se ela está “quiero bailar”

vou cantar as sete notas pra compor a batucada

dó ré mi faz sol lá sim

chove aqui por que é que vim?

vou cantar ao meio-dia uma vida tao vazia

indeciso vou chorar,

dividido a recordar

vim buscar uma respostaque perdida encontrei

quis amores, ri das cores

onde está eu já nao sei

vou falar de uma saudade que é saudade de lugares,

recoleta e o congresso

plaza once “sin progreso”

e os anos a passar e a vida a gritar

tao difícil tão dificil

tão difícil que é amar

vou falar de uma saudade que é saudade de criança,

leme, urca e ipanema

o meu rio é so lembrança

e os anos a passar e a vida a gritar

tao difícil tão dificil

tão difícil que é amar

tao difícil tão dificiltão difícil que é amar

Obrigada Dani! Beijos “desde acá”!

Porque só quem vai conhece o prazer de voltar…

Poems21 Feb 2010 11:10 pm

DON’T GO FAR OFF, NOT EVEN FOR A DAY
Don’t go far off, not even for a day, because —
because — I don’t know how to say it: a day is long
and I will be waiting for you, as in an empty station
when the trains are parked off somewhere else, asleep.

Don’t leave me, even for an hour, because
then the little drops of anguish will all run together,
the smoke that roams looking for a home will drift
into me, choking my lost heart.

Oh, may your silhouette never dissolve on the beach;
may your eyelids never flutter into the empty distance.
Don’t leave me for a second, my dearest,

because in that moment you’ll have gone so far
I’ll wander mazily over all the earth, asking,
Will you come back? Will you leave me here, dying?

Pablo Neruda

So simple, so beautiful…

Poems21 Feb 2010 11:03 pm

Todos me piden que dé saltos,
que tonifique y que futbole,
que corra, que nade y que vuele.
Muy bien.

Todos me aconsejan reposo,
todos me destinan doctores,
mirándome de cierta manera.
Qué pasa?

Todos me aconsejan que viaje,
que entre y que salga, que no viaje,
que me muera y que no me muera.
No importa.

Todos ven las dificultades
de mis vísceras sorprendidas
por radioterribles retratos.
No estoy de acuerdo.

Todos pican mi poesía
con invencibles tenedores
buscando, sin duda, una mosca,
Tengo miedo.

Tengo miedo de todo el mundo,
del agua fría, de la muerte.
Soy como todos los mortales,
inaplazable.

Por eso en estos cortos días
no voy a tomarlos en cuenta,
voy a abrirme y voy a encerrarme
con mi más pérfido enemigo,
Pablo Neruda.

My thoughts and Uncategorized19 Feb 2010 11:12 pm

Está somente em nossa mente…que certas coisas são inconcebíveis.

Nesse mar plástico e indecifrável se vão formando ondas de pensamentos que ao se chocar com a realidade caem ao solo, destroçados. Pequenos fragmentos de uma grande e abrangente verdade que se veem estalar, explodir, transformar-se me pó, tão pouco. Tão de repente são tão insignificantes.

A cada movimento, como a maré, pensamentos vão e vêm. Transbordam e se esvaem. Inflam e desinflam. São como organismos independentes, parecem se manifestar com vontade própria. Não parecem ter ponto de partida, simplesmente surgem, exercem seu papel reflexivo, defensivo, ofensivo ou o que seja, até que se chocam com a realidade. Mais destroços, estilhaços mentais que se acumulam no solo da alma, forram dores e alegrias, imprimem suas marcas em um corpo cansado de pensar. Organizando-se, seguem armando seu complô, seu golpe fatal que insiste em nunca chegar.

E quando o inconcebível acontece, é maré alta, enchente, dilúvio. É o transbordar dos sentidos e nada mais faz sentido neste infinito de idéias. O inconcebível arrasta os troncos, arranca as folhas, desnuda e fere corpo e a alma. Deixa tudo em carne viva, prova que ainda há vida e ainda há carne. Demonstra sem possibilidade de contestação a condição infinitamente frágil e desprotegida do ser.

Quando o inconcebível acontece, a verdade que era tão certa, desaparece. Quando o inconcebível acontece, morre-se e mata-se. Quando o inconcebível acontece, incita ao afogamento, ao desalento, ao desencanto. Quando o inconcebível realmente acontece, nem se discute esperança, é inútil. Quando o inconcebível de fato acontece, não sei o caminho, não sei se há saída, não sei se há solução, retorno, esquecimento.

Quando o inconcebível realmente aconteceu, fingi que a vida não tinha mudado. Que as verdades ainda eram as mesmas. Mas os estilhaços me machucam os pés e o sangue que insiste em brotar das feridas não me deixa dormir. Porque o inconcebível é sempre maior que as verdades que guardei.