My thoughts and Uncategorized19 Feb 2010 11:12 pm

Está somente em nossa mente…que certas coisas são inconcebíveis.

Nesse mar plástico e indecifrável se vão formando ondas de pensamentos que ao se chocar com a realidade caem ao solo, destroçados. Pequenos fragmentos de uma grande e abrangente verdade que se veem estalar, explodir, transformar-se me pó, tão pouco. Tão de repente são tão insignificantes.

A cada movimento, como a maré, pensamentos vão e vêm. Transbordam e se esvaem. Inflam e desinflam. São como organismos independentes, parecem se manifestar com vontade própria. Não parecem ter ponto de partida, simplesmente surgem, exercem seu papel reflexivo, defensivo, ofensivo ou o que seja, até que se chocam com a realidade. Mais destroços, estilhaços mentais que se acumulam no solo da alma, forram dores e alegrias, imprimem suas marcas em um corpo cansado de pensar. Organizando-se, seguem armando seu complô, seu golpe fatal que insiste em nunca chegar.

E quando o inconcebível acontece, é maré alta, enchente, dilúvio. É o transbordar dos sentidos e nada mais faz sentido neste infinito de idéias. O inconcebível arrasta os troncos, arranca as folhas, desnuda e fere corpo e a alma. Deixa tudo em carne viva, prova que ainda há vida e ainda há carne. Demonstra sem possibilidade de contestação a condição infinitamente frágil e desprotegida do ser.

Quando o inconcebível acontece, a verdade que era tão certa, desaparece. Quando o inconcebível acontece, morre-se e mata-se. Quando o inconcebível acontece, incita ao afogamento, ao desalento, ao desencanto. Quando o inconcebível realmente acontece, nem se discute esperança, é inútil. Quando o inconcebível de fato acontece, não sei o caminho, não sei se há saída, não sei se há solução, retorno, esquecimento.

Quando o inconcebível realmente aconteceu, fingi que a vida não tinha mudado. Que as verdades ainda eram as mesmas. Mas os estilhaços me machucam os pés e o sangue que insiste em brotar das feridas não me deixa dormir. Porque o inconcebível é sempre maior que as verdades que guardei.

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