Surpresas em Belo Horizonte – Parte II
Apesar de ter passado muitos anos em BH antes da minha primeira mudança, não dava muita atenção ao Parque Municipal. É preciso se despir de certos preconceitos para aproveitar esse espaço arborizado e público cravado no meio do Centro da cidade.
Há várias entradas, algumas pela principal avenida do centro, a Afonso Pena. Dentro do parque são muitas surpresas, a conservação, as plantas, os gatos, a diversidade humana. E justamente por isso é preciso deixar o preconceito do lado de fora dos portões.
Para alguns é lugar de lazer barato nos fins de semana, para outros, local de caminhadas. Há voluntários que alimentam os gatinhos abandonados e velhinhos se alongando nas pequenas áreas reservadas para tal. Para outros, ainda, é apenas local de passagem, pois o parque conecta a Av. Afonso Pena e a Alameda Ezequiel Dias, onde estão diversos hospitais públicos e privados e está próxima da Faculdade de Medicina da UFMG.
O interessante desse espaço público é sua versatilidade em agregar desocupados, trabalhadores, corredores e mesmo mendigos sem que nos sintamos ameaçados pela presença do outro. (Claro que o policiamento é ostensivo!)
Mas, para quem não se dispõe a encarar a realidade, melhor mesmo é fazer caminhada na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio do Governo. Dar voltas e voltas em um mesmo quarteirão recheado por jardins e fontes organizadas para impressionar turistas e polÃticos do estado é uma opção válida. Talvez seja mesmo a melhor opção para aqueles que vivem a vida assim, dando voltas e voltas, sem nunca experimentar os contrastes que enriquecem a vida.