Uncategorized20 Nov 2008 05:48 pm

Uma das coisas que mais me agrada é saber que não importa quanto tempo um livro ficará na prateleira, ele será lido e esse será o momento certo. Livros não fazem cobranças, eles aguardam nosso tempo, nossa disponibilidade e vontade.

Ganhei um belo livro de um amigo no Natal do ano passado. Comecei a ler e parei. Recomecei. Agora sim, chegou o momento. Às vezes me arrependo por demorar tanto em ler certos livros, mas o que fazer? Ainda assim, nunca é tarde…

O autor, Rainer Maria Rilke, o livro “Cartas a jovem poeta e A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke”. O que dizer do autor? Segundo a Wikipedia:

Rainer Maria Rilke (also Rainer Maria von Rilke) (4 December 1875 – 29 December 1926) is considered one of the German language‘s greatest 20th century poets. His haunting images focus on the difficulty of communion with the ineffable in an age of disbelief, solitude, and profound anxiety — themes that tend to position him as a transitional figure between the traditional and the modernist poets.” – http://en.wikipedia.org/wiki/Rainer_Maria_Rilke

Segue um trecho dessa descoberta tardia e um pouco arrependida…Agradeço ao Gilberto, responsável por este momento de reflexão…

“´(…) É bom estar só, porque a solidão é difícil. O fato de uma coisa ser difícil deve ser um motivo a mais para que seja feita.

Amar também é bom: porque o amor é difícil. O amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta, a maior e última prova, a obra para a qual todas as outras são apenas uma preparação. Por isso, pessoas jovens que ainda são estreantes em tudo não sabem amar: têm que aprendê-lo.

Com todo o seu ser, com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário, medroso e palpitante, devem aprender a amar. Mas a aprendizagem é sempre uma longa clausura. Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. Que sentido teria, com efeito, a união com algo não esclarecido, inacabado, dependente? O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe. Do amor que lhes é dado, os jovens deveriam servir-se unicamente como de um convite para trabalhar em si mesmos (“escutar e martelar dia e noite”). A fusão com outro, a entrega de si, toda a espécie de comunhão não são para eles (que deverão durante muito tempo ainda juntar muito, entesourar); são algo de acabado para o qual, talvez, mal chegue atualmente a vida humana (…)”

 

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