Continuo refletindo sobre as redes sociais. Seria eu uma vÃtima da modernidade? Será que pauto minhas escolhas no que vivencio virtualmente ou no mundo real? Quão forte é a influência deste meio de comunicação e interação? As pessoas se tornam mais relevantes ou mais descartáveis? Voyerismo ou exibicionismo? Egocentrismo ou desejo de compartilhar?
Meus conhecimentos não têm nada de técnicos ou qualquer embasamento cientÃfico, é pura curiosidade (e boa parte de insônia e excesso de pensamentos, bem, uma coisa leva a outra). Ah, como invejo aquela bacia do Dumbledore, em Harry Potter, “the pensieve”, onde se podem armazenar memórias que vão se acumulando com o tempo…
Mas, voltando à reflexão da madrugada, de acordo com a Wikipedia:
“a virtual community is a social network of individuals who interact through specific media, potentially crossing geographical and political boundaries in order to pursue mutual interests or goals. One of the most pervasive types of virtual community include social networking services, which consist of various online communities.” http://en.wikipedia.org/wiki/Virtual_community
Gostei principalmente da parte que fala de potencialmente possibilitar cruzar barreiras geográficas e polÃticas. A idéia me parece fantástica, mas será?
Bem, aÃ, “with a little help of Wikipedia, again”, creio que descobri o que mais me incomoda:
“Virtual communities are used for a variety of social and professional groups. It does not necessarily mean that there is a strong bond among the members, although Howard Rheingold, author of the book of the same name, mentions that virtual communities form “when people carry on public discussions long enough, with sufficient human feeling, to form webs of personal relationships”.[4] An email distribution list may have hundreds of members and the communication which takes place may be merely informational (questions and answers are posted), but members may remain relative strangers and the membership turnover rate could be high. This is in line with the liberal use of the term community.”
Agora faz mais sentido para mim. A questão está no “sufficient human feeling” – o sentimento humano. Por um lado é fantástico pensar que podemos comunicar sentimentos através de um meio virtual e alcançar várias pessoas. Ao mesmo tempo, é pavoroso pensar que se está sendo observado, dissecado, criticado, fofocado, etc, etc, por um monte de estranhos que não têm a menor idéia de quem você é.
Ir a um desses cafés moderninhos onde as pessoas tomam suas mega bebidas e enfiam a cabeça no computador é outra coisa que me intriga. Entendo perfeitamente a necessidade de estar próximo de pessoas de carne e osso (e laptop), ainda que estranhos. Ler um livro ou o jornal é uma boa idéia. Sentir-se parte de algo real e tangÃvel. Mas como nos comportamos? Nos conectamos à s redes sociais e ficamos trocando informações com quem não está, mas que poderia. Comodidade? Preguiça? Contingências do mundo moderno? Sei lá…Só sei que é uma das experiências “sociais” mais anti-sociais que já vivi.
Nessa oportunidade me senti uma verdadeira ilhota com meu laptop no colo, equilibrando um café e uma comidinha calórica, teclando e olhando ao redor. Que sensação mais ridÃcula. Se é para brincar de ilha, faço isso do conforto e do aconchego do meu lar e quando sair da minha caverninha, vai ser para olhar as pessoas nos olhos e não simplesmente o reflexo dos seus olhares pela tela do computador.